O caminho da estabilidade e do sucesso são aspectos relevantes e frequentemente discutidos em diversos segmentos da vida. Obviamente, quando se trata de uma área especifica, cada ser humano no presente momento, tem uma necessidade peculiar de atentar com mais veemência em um contexto. Este artigo tem a finalidade de apresentar uma visão e uma reflexão sobre esta dinâmica significativa no percurso do desenvolvimento.

Será possível separar os muitos papéis que exerce em sua vida? Pode ser feliz no trabalho sendo infeliz em seu relacionamento familiar? Será possível manter um bom relacionamento afetivo quando sua conexão com seus pais não está bem?

Pelas minhas experiências ao longo de dezenas de anos no contexto dos estudos e pesquisas sistêmicas com uma visão mais aprofundada no contexto das Constelações posso afirmar que não há a mínima lógica e possibilidade, aliás o próprio Bert Hellinger, o pai das Constelações Sistêmicas Familiares, em alguns de seus livros ou congressos sempre afirmou que não há esta possibilidade.

Especificamente sobre a trilha do sucesso, Bert menciona:

“Às vezes distinguimos, por um lado, entre as áreas da família, a realização e a felicidade nos relacionamentos e, por outro lado, os campos do trabalho e da profissão, como se pudéssemos separá-los. Entretanto, eles seguem as mesmas leis do êxito e fracasso, as mesmas leis da felicidade e da infelicidade, as mesmas leis e ordens na vida e no amor”.

Importante ressaltar que você é originário de um relacionamento entre um homem e uma mulher, e suas primeiras impressões e aprendizados são formados a partir deste primeiro contato com eles. É também deste relacionamento que emergem suas primeiras percepções e conexões sobre “o outro”, e que experimenta-se mais tarde em todas as outras áreas da vida.

A trajetória da estabilidade e sucesso atrelado às Leis que regem os relacionamentos:

Da mesma forma que Hellinger descobriu as leis que regem nossas vidas e sobretudo os relacionamentos humanos (Pertencimento / Inclusão – Ordem / Hierarquia – Equilíbrio / Estabilidade) ele também olha para esses parâmetros como condicionantes do sucesso e insucesso. Hellinger ressalta em um de seus livros:

“No início, as Constelações Familiares se ocuparam principalmente das relações pessoais. Trouxeram à luz as ordens básicas do amor, segundo as quais nossos relacionamentos têm êxito ou fracassam. Quando comecei a investigar as leis do sucesso e do fracasso no trabalho e na profissão e cada vez mais nas empresas e nas organizações, veio à luz que estas seguem as mesmas diretrizes”.

Na verdade com os avanços dos estudos empíricos e pesquisas práticas hoje sabemos que no âmbito organizacional há apenas uma inversão entre a Lei do Pertencimento e Hierarquia. Neste contexto a Hierarquia está acima do Pertencimento.

Os resultados efetivos no contexto profissional é fruto de relacionamentos construídos com seus clientes, com gerentes e com colaboradores. E nestes relacionamentos, muitas vezes, repetimos os padrões criados em nossa família de origem e “de onde viemos” influencia para onde segue nossa direção para o futuro. Importante levar este aspecto em consideração para que o sistema não seja violado e seus resultados seja inócuo.

As duas Dinâmicas Essenciais na Evolução Humana:

Se você sente que está no caminho da evolução, é porque persevera e transcende naquilo que se propõe. Seu desenvolvimento profissional segue alguns êxitos que provavelmente teve muito cedo, no início de sua vida.

Há duas dinâmicas essenciais da infância e que se refletem posteriormente na vida adulta: O seu nascimento e o movimento em direção à sua mãe.

O nascimento é nosso primeiro e mais decisivo contato com o êxito. Lembrando que precisamos desconstruir a ideia que nascemos no dia que somos extraídos da barriga de nossas mães. Com os atuais estudos científicos da Epigenética, desenvolvido pelo biólogo americano Bruce Harold Lipton, comprova-se que o nascimento emerge na fecundação onde um espermatozoide encontra o óvulo. É o primeiro sucesso que dá direção para os próximos que emergirão na sequência natural da vida.

É nesse primeiro momento, totalmente instintivo, que impomos nossa vontade: fazemos força e desejamos nascer, e para além disso, fazemos o trabalho necessário para que isso aconteça.

Dessa primeira experiência nasce também muita da nossa capacidade e força para movimentos em direção ao sucesso na direção ao futuro. Da mesma forma, quando uma criança nasce através de uma intervenção, ainda que necessária, ela é poupada da experiência de conquistar seu nascimento, isso se traduz em sua força para o sucesso durante a vida.

“Como se comporta mais tarde uma criança ou um adulto que veio ao mundo através de uma cesárea ou teve que ser tirado com um fórceps ou se veio prematuramente ao mundo e teve que passar as primeiras semanas ou até meses na incubadora? Como serão mais tarde a sua autonomia e a sua capacidade de se impor? Obvio que os efeitos de tais primeiras experiências podem ser superados parcialmente mais tarde. Também podemos ganhar uma força especial de tudo o que é difícil e pesado. Contudo, ao mesmo tempo impõem limites, transformando-se num desafio que podemos superar se reconhecermos suas origens, podendo, mais tarde, resgatar e reconquistar o que falta de uma outra maneira, muitas vezes com uma ajuda externa”.  Bert Hellinger

O esperado encontro com a Mãe:

Seu primeiro encontro com a sua mãe é um dos momentos de maiores simbolismos da vida, um momento mágico e inexplicável. Conseguir chegar a ela, à nutrição e à segurança que ela oferece é o segundo sucesso na vida.

Por este sucesso também há um grande processo de determinação. Nada é passivo, pois o próprio amamentar é um trabalho realizado em grande parte pelo bebê. Percebe que este estágio requer energia vital para que possa sugar seu alimento através do aleitamento materno?

“O próximo acontecimento decisivo e o próximo sucesso é o movimento em direção à mãe, agora como uma outra pessoa que nos coloca no peito e nos nutre. Com o seu leite tomamos a vida fora dela.O que nos torna plenos de sucesso e nos prepara para o sucesso posterior na nossa vida e na nossa profissão? Quando tomamos a nossa mãe como fonte de nossa vida e tudo aquilo que flui dela para nós. Tomamos a vida como um todo na medida em que tomamos nossa mãe. Este tomar é ativo. Precisamos sugar para que seu leite flua. Precisamos chamá-la para que venha. Precisamos nos alegrar com o que ela nos presenteia. Através disto nos tornamos plenos”. Bert Hellinger

Da mesma forma como um filho está com sua mãe, ele está com o sucesso e com a eventual estabilidade, também conhecida popularmente como equilíbrio. Assim, se é possível tomar e aproveitar da presença e da força da mãe, um filho também poderá tomar e aproveitar o sucesso que chega a si.

Assim, esse movimento em direção à sua  mãe é também o movimento em direção ao sucesso, a estabilidade e a possível felicidade plena. Sua eventual desobrigação em se direcionar à sua mãe, corroborará com o “negacionismo” na direção ao sucesso e estabilidade em sua vida.

“Quando alguém se alegra com sua mãe, também se alegra com sua vida e seu trabalho. A medida em que alguém toma a sua mãe totalmente, com tudo aquilo que ela lhe presenteou tomando isso com amor, a sua vida e seu trabalho o presentearão, na mesma medida, com sucesso. Quem tem reservas em relação a sua mãe, as tem também em relação à vida e à felicidade. Assim como sua mãe se afasta dele como consequência de suas reservas e sua rejeição, assim a vida e o sucesso se afastam de ti. Onde origina o sucesso? Começa com nossa mãe. Como o sucesso chega a nós? Como pode vir? Quando a nossa mãe pode vir a nós e quando nós a honramos como tal”.  Bert Hellinger

Uma dinâmica que emerge no âmago do trabalho de Hellinger e até hoje, nas pesquisas e estudos atualizados se perpetua, é o movimento interrompido em direção à mãe. Isso acontece quando, por algum motivo, a criança se vê sem acesso à sua mãe, ou seja o que alertamos à eventual desconexão com ela, impactando em muitas anomalias e desconfortos em diversas áreas da vida.

“Muitos tiveram uma experiência precoce que se opõe a esse movimento. Vivenciaram uma separação precoce da mãe. Por exemplo, se por um certo tempo foram entregues a outra pessoa, se a mãe ficou doente e precisou ficar hospitalizada ou quando ficaram doentes e ela não pôde visitá-los. Essa experiência tem como consequência uma profunda mudança em nosso comportamento posterior. A dor da separação e o desamparo, o desespero de não poder ir até ela, quando dela tanto precisamos, conduz a uma decisão interior. Por exemplo: “Eu renuncio a ela”. “Eu fico sozinho”. “Eu permaneço distante dela”. “Eu me separo dela”. Mais tarde, quando a criança pode voltar para a mãe novamente, muitas vezes se subtrai dela. Por exemplo, a criança, ou já adulto, não se permite ser tocada por ela, fecha-se a ela e ao seu amor. A mãe espera por ela em vão, e quando ela tenta se aproximar e abraçá-la, há uma rejeição interna e, muitas vezes, se expressa isso com muita naturalidade”. Bert Hellinger

 Uma percepção que sempre me chamava a atenção:

Eu observava quando participava dos congressos, que Bert sempre colocava mulheres para representar negócios ou empresas nas constelações, mas por quê? Porque uma mulher que se coloca a serviço da vida, se torna uma mãe, uma cuidadora e criadora. É exatamente essa relação que temos com a mãe que determina, de alguma forma, o sucesso, o fracasso ou os relatos que se gasta muita energia vital, mas não é compensado na mesma proporção com os resultados.

A boa notícia: É possível reparar isto, independente da mensuração e do tamanho desta adversidade. Como se faz isso? Peço para que você reflita: Qual a imagem que você tem da sua mãe? Aquela imagem internalizada no seu coração: é uma imagem adulta ou infantil? Que imagem você preserva e armazena em seu coração e nas suas lembranças?

O que você pensa de sua mãe pode não representar a realidade. São só pensamentos carregados de sentimentos; e ao pensar, acreditar e sentir, nós podemos ressignificar, ou seja, proporcionar um significado interno com novos pensamentos, sentimentos e emoções, que produzirá sem esforços novas ações e resultados. Que tal iniciar o processo alterando o sentimento em relação à sua mãe, saindo da função de vítima infantil que você pode estar se colocando?

Antes de ser mãe, nossa mãe era também uma filha mulher. Com qualidades e falhas. E como adulto é preciso aceitá-las e entender que adultos são assim: com acertos e falhas. E neste sentido sua mãe pode ter lhe causado, sem a menor intenção, muitas dores, desconfortos e até sofrimentos. Mas no olhar mais visionário e sistêmico, fica latente que ela também te proporcionou o que tem de mais precioso: SUA VIDA! E isso você nunca conseguirá retribuir à ela.

Uma mãe é uma mãe. Sendo perfeita, amorosa e te suprindo em todas às suas necessidades ou sendo falha e te abandonando ainda criança. Ela ainda assim é sua mãe. Mas,… e todas às vezes que ela falhou comigo? Me machucou? Foi insuficiente? Infelizmente a vida não vai passar a mão na sua cabeça e dizer que você estava certo e sua mãe foi má. Como adulto você vai ter que aprender a conviver com essas dores e desconfortos. Superá-las, reparando este sistema para que possa seguir a vida com plenitude, estabilidade e equilíbrio na direção do bem estar e da evolução como ser humano.

Aliás, este é um típico sentimento clássico, infantil e te posiciona como vítima: Acreditar que sua mãe fez algo ruim de propósito com você, para te prejudicar e ela não sabe o que isso te causa até hoje. Uma criança prepotente que acredita que o mundo gira em torno dela. Isso é ser infantil. Criança não administram empresa e nem tem estabilidade financeira, por exemplo.

Você é adulto e precisa se colocar a serviço da vida, aceitando que a função de sua mãe foi gerar sua vida e fazer o melhor ao longo dos anos dentro de suas possibilidades. Por 9 (nove) meses te carregou em seu ventre e você vive, e foi tudo perfeito como foi. Precisa-se reverenciar esse fato com respeito e gratidão. Adultos sofrem e enfrentam a vida sem achar que tudo é contra ou a favor deles. É simplesmente a vida, sendo vivida.

Pode existir mágoas? Claro que sim. Mas como adultos, precisa saber lidar com elas e caso seja muito difícil procure um bom profissional Constelador para reparar seu sistema e não apenas lhe apresentar diagnósticos. Neste ato o que é “líquido e certo” é que você precisa de reparos sistêmicos para uma vida harmônica e com resultados sustentáveis. Dramatizar é flertar com seu lado vítima e com seu lado infantil. Não leva nada a lugar nenhum. Mas eu preciso perdoar tudo que minha mãe me fez e colocá-la num pedestal? Lógico que não. Isso seria infantil novamente e você já cresceu. Aceite que sua mãe foi a maior e mais perfeita fonte geradora de vida para você. E foi perfeita como ela poderia ser. Esse é o passo principal, a real construção de um alicerce sólido. Respeite sua criança que já faz parte da história e viva seu real adulto saudável! A Vida irá sorrir diariamente para ti com alegria e prazer, assim como deve ser.

Agende sua Constelação Sistêmica Familiar ou Empresarial