Design Thinking & Desenvolvimento Humano

Design Thinking & Desenvolvimento Humano

 

Após a Revolução Industrial, a sociedade presencia um novo período de transição, desta vez focado no Conhecimento e Informação. É notório que a abordagem clássica de problema linear que se baseia no passado, gera resultados limitados e pouco eficientes. Esta nova Era exige um modelo mental mais atualizado e que propicie percepções inteligentes para melhores inovações, favorecendo um novo patamar para a colaboração integrativa e um alinhamento entre o meio corporativo e o capital intelectual. Neste contexto aparece o “Design Thinking” como uma abordagem contemporânea capaz de inserir o ser humano como protagonista no processo evolutivo. Este novo modelo mental, solucionador problemas e conflitos, tem como objetivo desconstruir todas as respostas que pensamos saber, atreladas aos nossos desafios diários e vivenciadas no que realmente falta para agregar valores e experiências nas ações das pessoas, fase que antecede às concretizações finais.

O grande diferencial do “Design Thinking” é o foco no ser humano. Todos temos a capacidade de usar o nosso conhecimento de maneira complementar ao de outros. Quando uma pessoa pensa em um problema, ela certamente tem uma visão única sobre ele, mas se multiplicarmos os olhares, teremos diferentes perspectivas, chegando mais perto do que é esse problema na realidade. Essa diversidade de olhares somada a multidisciplinaridade nos permite enxergar oportunidades e soluções que jamais seriam possíveis se geradas por uma só cabeça.

O “Design Thinking” é um modelo mental de natureza interativa e flexível. Isso significa que é um processo no qual o erro é visto como parte integrante e precioso da jornada.

O mundo real é cheio de desafios. Desafios que muitas vezes, impedem o bem-estar das pessoas, se não solucionados. Tenho observado nos atendimentos individuais, coletivos e empresariais, que o ser humano está muito perceptivo, sobretudo na tomada de decisões, olhando para as extremidades, tipo o céu e a terra, a agua e o vinho, porém a grande sacada para sermos grandes e inteligentes agentes perceptivos está sempre em algum espaço que compreende entre uma extremidade e outra. Para isto precisamos ser bons nas percepções e formar uma musculatura no intelecto, capaz de transformar este padrão na competência inconsciente, fase da excelência onde nossa mente é capaz de assumir o comando e realizar as ações mais inteligentes de maneira natural e eficaz.

Nesta abordagem partimos com mais resiliência do problema para a solução inteligente e com mínimo risco, que transforme ou evolua nossas vidas. Suas etapas buscam explorar o desafio de diversos ângulos e perspectivas, através do mapeamento do contexto e da cultura em que está inserido, da compreensão dos fenômenos, da observação e entrevistas com as pessoas que vivenciam o problema, do reconhecimento das experiências pessoais, e da identificação dos obstáculos em busca da transposição.

Por que chamamos de abordagem e não de metodologia? Porque quando se fala em metodologia, logo as pessoas criam a expectativa de que vão aprender um passo a passo, uma receita de bolo. E não é bem esse o caso”. Para que a abordagem tenha mais êxito é importante que ela seja aplicada em um ambiente colaborativo, com equipes multidisciplinares que possam contribuir com pontos de vistas diversificados, num processo não linear, com interações constantes e feedbacks.

As etapas do “Design Thinking” devem ser experienciadas de acordo com o desafio a ser solucionado. E este desafio deve conduzir à sua exploração, mas não restringir a visão ou as possibilidades que apareçam pela frente.

As etapas do “Design Thinking”

Empatia (compreender/observar): compreendendo as necessidades através das pessoas que se relacionam com o problema. Devemos perceber o comportamento e se for o caso perguntar a elas como lidam com isso, participando com mais precisão do dia a dia delas, se interessando pelo lado emocional e sobre como elas se sentem em relação aos aspectos limitantes. Esta etapa faz uma imersão, obtendo uma grande quantidade de informações, pesquisas e percepções detalhadas.

Definir (foco): enquadrando problemas como oportunidades para soluções criativas. É o momento de organizar a complexidade gerada. Devemos trazer à tona os insights recebidos, refletindo sobre as informações obtidas, estudando os casos semelhantes e como foram enfrentados (benckmarking). E o mais importante: o desafio inicial, realmente, reflete a situação limitante identificada?

Idealizar (brainstorm): gerando uma gama de soluções possíveis, esta é a etapa das ideias, É onde deve surgir uma quantidade significativa de ideias inovadoras. Deve-se deixar aflorar todas as ideias e conceitos que surgirem à mente, sem preconceitos, sem descartá-las. É a hora de pensar em todas as possibilidades, de “linkar” uma ideia na outra, de usar parte de uma ideia, de usar mais de uma ideia em conjunto. Quanto mais aspectos diferentes abordarmos sobre o problema, mais ideias irão surgir para resolvê-lo. Declaradas todas as ideias, é hora de organizá-las, analisá-las e selecioná-las. Qual ou quais podem ser a solução criativa ou inovadora para este desafio?

Prototipar (construir): Com as ideias selecionadas para a solução, é hora de construir e ver se elas, realmente, funcionam. Desenhe, esboce, faça protótipos. Isso faz com que as ideias se materializem. É a tangibilidade da ideia. Ainda que imperfeito, um protótipo tem o objetivo de passar a sensação do que se quer atingir, a intenção e potencial do que será criado, mesmo sem ter a solução pronta. Nesta fase percebemos aspectos atrelados ao plano de ação.

Testar: aprendendo o que funciona e não funciona para melhorar soluções. O momento de ver os pontos fortes e fracos das ações. Para isso, os testes devem ser realizados com as pessoas que convivem com o problema que você tem que resolver e é delas que virão os insights e contribuições. Inclusive, essa etapa está atrelada aos possíveis ajustes e mudanças. Temos que estar concentrados no contexto do que ouvimos e dos feedbacks. Com os erros e acertos a experiência vai tornando-se consistente, rápida e os resultados almejados tendem a aparecer com naturalidade e velocidade.

Implementar: aqui já percebe-se os resultados reais. Não devemos esquecer que o processo de desenvolvimento é contínuo e incremental, ou seja, sempre devemos melhorá-lo e atualizá-lo. E se necessário, podemos voltar a qualquer uma das etapas do “Design Thinking”, para que se retome a abordagem evolutiva e sustentável.

Finalizando e Concluindo:

Assim, a abordagem “Design Thinking” se utiliza de um conjunto de práticas que estimula a criatividade com percepção inteligente, quando o ponto em questão é o Desenvolvimento Humano. Um detalhe relevante, de forma não linear, pode-se voltar a qualquer uma das etapas, sempre que julgarmos necessário. Lembrando que um bom planejamento ajuda na organização das ações e na preparação individual e coletiva que irão privilegiar-se dos recursos aprendidos dentro do processo.

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