Tudo aquilo que acontece conosco têm a capacidade de criar imagens internas que nos influenciam por toda a vida, principalmente quando não conseguimos digerir e integrar àquelas experiências que foram difíceis.
Essa é uma realidade que também acontece na nossa fase adulta. Porém se isso acontece quando somos crianças, as sensações e sentimentos que resultam dela parecem ainda mais fortes. Nessa fase, nosso sistema físico e neurológico ainda está em formação e somos mais dependentes do meio e de nossa família para processar nossas experiências. E dependendo do grau de dificuldade do acontecimento, pode ser difícil a criança digerir.
Esses acontecimentos complexos são reconhecidos como traumas. O movimento interrompido em direção à mãe e ao pai é um tipo de trauma. Pode ser um evento que, para aqueles que olham de fora, representa ser insignificante. Porém, para um adulto ou uma criança que ainda não estava preparada para enfrentar certos acontecimentos, como por exemplo um abandono ou ausência dos pais, isso se torna uma marca interna que pode acompanhar todos os seus movimentos durante a vida, em relação à sua evolução, família, relacionamentos, saúde, trabalho, carreira, dentre outros.
“O amor por eles se torna dor. Essa observação, de que a maior parte das dores emocionais normalmente é de amor interrompido, e que essa dor é, na verdade, outra faceta do amor, é fundamentalmente importante. Embora a dor seja, na verdade, uma forma de amor, ela é tão intensa que a criança se torna bastante relutante em percebe-la”
Bert Hellinger
A Interrupção sem Intenção
Frequentemente o amor de uma pessoa pelos seus pais pode ser perturbado em algum momento da vida. O movimento interrompido é o afastamento emocional de uma criança das repetitivas frustrações com a inacessibilidade emocional de seu pai ou da sua mãe. Isso pode ser resultado de uma perda real de um dos pais, pela separação parental ou por ausência emocional. Se os pais estão sistematicamente emaranhados e usam sua energia de vida em busca de equilíbrio do sistema de origem, eles não estarão disponíveis para a crianças em sua capacidade como pais. Esta interrupção está associada à uma dor profunda, expressando-se por comportamentos de oposição em relação aos pais. A interrupção pode acontecer totalmente sem intenção e contra à vontade dos pais.
Vemos as coisas de modo diferente quando compreendemos que apenas podemos confiar no amor. O amor está sempre lá e só precisamos conectá-lo. Se alguém está zangado com os seus pais, eu procuro a interrupção precoce. Se os encontro, podemos desenvolver a devida conexão de aproximação, tal como deva ser, e assim, a criança pode voltar-se para seus pais outra vez, cada qual ocupando sua devida função.
Quando crianças, nosso foco maior de segurança são os nossos pais. Nós precisamos deles e da segurança que eles nos proporcionam para experimentar o mundo que nos permeia.
Quando presenciamos algum perigo na infância, a primeira coisa que procuramos é o olhar e a presença de nossos pais. Neste encontro e nesta presença, aquilo que nos dá medo perde força, e seguimos nosso crescimento aproveitando da segurança que eles nos oferecem.
Movimentos interrompidos “acontecem” quando buscamos esta segurança e não encontramos, seja numa ausência momentânea ou prolongada, um mal entendido ou por um abandono.
Nestas situações nós, enquanto crianças, podemos ter a sensação de estarmos sozinhos, sem nosso porto seguro. Sentimos que estamos correndo risco de vida. E isto gera um forte impacto em nosso inconsciente, criando um registro interno.
A dinâmica que atua neste momento é de uma forte desconfiança da criança em relação aos pais. E como mecanismo de defesa contra esse sentimento, ela impede que novos movimentos de confiança sejam feitos em relação à eles. Um registro inconsciente, denominado de Movimento Interrompido.
No processo da Constelação Sistêmica, esse fluxo pode ser restituído e, como resultado, um vínculo com a geração anterior pode ser reconectado. Isso significa que o Constelado estará livre de pensamentos negativos ou traumáticos em relação aos seus pais.
O olhar da Reconciliação
Muitas vezes, deixamos de construir um caminho de confiança em relação aos pais, como forma de evitar a dor que sentimos ao presenciar um eventual abandono. A sutileza aqui é que geralmente a sensação de abandono não está amparada em um verdadeiro movimento de abandono pelos pais, mas o real sentimento que a criança percebe sob seu ponto de vista.
Podemos carregar este sentimento durante a vida e geralmente este movimento somente se restaura através de uma contribuição terapêutica, “ressignificando” a imagem interna limitante. Isso porque a experiência emocional é tão forte na infância que fica registrado em seu inconsciente, bloqueando outros movimentos de vida.
“Quando alguém que tenha sofrido a interrupção de um movimento precoce vai ao encontro de outra pessoa, digamos, de um parceiro, a lembrança daquela interrupção torna a aflorar, mesmo que apenas como memória corporal inconsciente. Então a pessoa torna a interromper o movimento, no mesmo ponto em que o interrompeu da primeira vez.” Bert Hellinger, no livro “Ordens do amor.”
A citação acima explica um dos principais exemplos de como nossas experiências na infância acabam por influenciar toda nossa vida, quando não nos dispomos a olhar para elas e buscar uma reconciliação com o que atua em nós.
Os Pais têm poder
Quando vivenciamos esta dinâmica do movimento interrompido, a melhor forma que temos de buscar uma solução é através de nossa mãe, porque é geralmente à ela que este movimento é dirigido, orientando como podemos restabelecer este contato quando houve um movimento interrompido. Com crianças pequenas a mãe ainda consegue isso facilmente. Ela toma o filho nos braços, aperta-o amorosamente em sua direção e o mantêm pelo tempo necessário, transformando em amor o que antes poderia ser raiva e tristeza, flua de novo abertamente para ela.
Com filhos adultos, a mãe também pode ajudar seu filho, porém é necessário que regrida em suas sensações e emoções à época onde a interrupção do movimento aconteceu. É um pouco mais complexo, exige uma sutileza de ambos para que se permitam retornar a um momento onde para a criança foi doloroso, e que ainda reside no adulto no que ele se tornou.
Quando o pai ou a mãe não estão mais disponíveis, pode ser trabalhado através do processo da Constelação Sistêmica, pois esta metodologia científica tem recursos e propriedades de desenvolver resultados sustentáveis neste contexto.
A Reverência e o Reconhecimento
Algumas vezes, os filhos resistem à estabelecer este movimento, seja por medo ou por arrogância, por exemplo. Nestes casos, uma profunda reverência do filho aos seus pais ajuda a aliviar a rigidez desta resistência.
A reverência profunda é um movimento que atua no interior do adulto. Reverenciar é um ato de reconhecimento de seu lugar em relação ao fluxo de vida que vem de seus pais. E ainda que de nada adianta dobrar-se fisicamente diante dos pais se isso não vier acompanhado de uma postura interna verdadeira. Os resultados são mais relevantes quando se faz isto presencialmente e de maneira natural.
Percebo que na grande maioria das Constelações Sistêmicas que conduzo, que é isto que o filho(a) deseja. Muitas vezes, ele(a) está apenas perdido(a) no sentimento de medo e abandono que sentiu ao experimentar estes acontecimentos na infância.
O Conflito de Casal
Uma dinâmica importante nos conflitos de casais se mostra quando há um movimento precocemente interrompido no amor dirigido à mãe. Isto não constitui, em sua origem, um conflito sistêmico, e só se torna mais latente quando é transferido para a relação conjugal. Uma interrupção no movimento amoroso origina-se na criança quando ela é separada da mãe nos primeiros anos de vida, geralmente por força do destino. Por exemplo: caso uma mãe tenha ficado hospitalizada por várias semanas depois do nascimento, ou porque a criança de um ano precisou ser internada para uma cirurgia, ou porque a mãe morreu quando a criança tinha pouca idade. Trata-se, portanto, de uma separação prematura que sofre a criança, principalmente em relação à sua mãe, às vezes também ao seu pai. O efeito que isso impactará sobre a vida do filho(a), e principalmente sobre os seus relacionamentos, será maior quanto mais existencialmente ameaçado esteve a criança e quanto mais ela teve de abandonar a esperança de recuperar à proximidade da mãe.
Quando um homem ou uma mulher olha para o seu parceiro(a), sente o desejo de amá-lo(a) e de ser amado(a). Entretanto, ao se aproximar do parceiro(a), surge na pessoa, como num reflexo, o antigo medo da criança, de perder sua mãe e de não poder mais confiar nela, junto com uma grande dor e uma profunda resignação. Esse padrão é transferido inconscientemente ao parceiro e uma luz vermelha se acende: “Não quero sofrer isso de novo. Prefiro me ausentar logo disso”. Porém, como é da natureza humana, amar e ser amado, a pessoa volta a tomar um impulso e busca reaproximar do parceiro(a). Logo que se chega ao amor, emerge novamente o medo da criança e, naturalmente, tende a recuar.
A maior parte dos chamados conflitos de proximidade e distância têm assim sua origem num movimento precocemente interrompido em direção à mãe. Esses conflitos não podem ser resolvidos na própria relação conjugal, mas exigem que a criança presente no adulto, numa experiência retroativa, seja acolhida com força e amor por sua mãe ou por um processo de Constelação Sistêmica, onde é alinhado e corrigido este contexto. Isso exige uma experiência de uma vivência corporal em que o adulto se sinta de novo como uma criança e que experimente um abraço, permitindo transcender a dor e recuperar a confiança em sua mãe.
Num processo de terapia de casal, trazemos assim à luz fatos do passado e de uma forma liberadora. Isso ajuda o “amor à segunda vista”. Evidencia uma ajuda para o futuro e para um amor bem sucedido do casal.
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A Constelação Familiar, foca nos aspectos das relações que estão presentes a nível inconsciente em sua vida, afetando seu modo de pensar, sentir, fazer escolhas, saúde, prosperidade, relacionamentos pessoais, empresariais, etc. Tem forte atuação no contexto Jurídico, Educação e Desenvolvimento Pessoal e Profissional, atuando com relevância em problemas, tais como: Dificuldades com Mãe e/ou Pai / Relacionamentos / Materialização Financeira / Dificuldades para Emagrecer / Depressão & Estresse / Pânico & Medo / Infelicidade e Infidelidade / Vícios (Álcool, Drogas, Jogos) / Falta de Realização Pessoal & Profissional / Dificuldades para Engravidar / Patologias de todos os gêneros.
Existem “leis”, chamadas Ordens, que regem a estrutura familiar, como uma energia invisível que tem como função manter o equilíbrio do sistema e quando desrespeitadas, dentro de uma família, surgirão emaranhamentos, graves conflitos e desordens, em várias gerações atuais e/ou descendentes.
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