Neurônios Espelho e a Constelação Sistêmica

Neurônios Espelho e a Constelação Sistêmica

Por que sorrimos quando vemos alguém sorrir? Por que ficamos com olhos marejados quando um protagonista de um filme chora? Já reparou que sentimos vontade de bocejar quando observamos alguém bocejando? Afinal, o que explica e nos leva a agir de acordo com o que as outras pessoas fazem?

Isso acontece porque, quando vemos alguém fazendo algo, automaticamente simulamos a ação no cérebro, é como se nós mesmos estivéssemos realizando aquele gesto. Isso quer dizer que o cérebro funciona como um “simulador de ação”: ensaiamos ou imitamos mentalmente toda ação que observamos. Essa capacidade se deve aos “neurônios-espelho”, distribuídos por partes essenciais do cérebro (o córtex pré-motor e os centros para linguagem, empatia e dor). Quando observamos alguém realizar essa ação, esses neurônios se refletem (daí o nome “espelho”). Por isso, essas células cerebrais são essenciais no aprendizado e proporcionam, naturalmente, as nossas ações, tais, como: como conversar, caminhar, dançar, dentre outras. Eles permitem que as pessoas executem atividades sem necessariamente pensar nelas, apenas acessando o seu banco inconsciente de memória.

A Comprovação da Experiência

Os Neurônios Espelho foram descobertos por acaso em meados da década de 1990, pela equipe do neurocientista Giacomo Rizzolatti, da Universidade de Parma, na Itália, Neurocientista e Neurofisiologista italiano que comprovou cientificamente que o cérebro ensaia ou imita mentalmente toda ação que observamos. Isso acontece porque temos os recursos neurais para ensaiarmos mentalmente toda ação que observamos.

Fora colocado eletrodos na cabeça de um macaco, um aparato de equipamentos que permitia acompanhar a atividade dos neurônios na região do cérebro responsável pelos movimentos através de um monitor. Cada vez que o macaco cumpria uma tarefa, neurônios no córtex pré-motor, nos lobos frontais, disparavam. Quando um aluno entrou no laboratório e levou um sorvete à boca, o monitor apitou (foi uma surpresa para os cientistas, porque o macaco estava imóvel). Sempre que o macaco assistia o experimentador ou outro macaco repetir essa cena com outros alimentos, os neurônios disparavam.

Mais tarde, exames de “neuro-imagem” mostraram que nós possuímos Neurônios Espelho muito mais sofisticados e flexíveis que os dos macacos.

Nosso conhecimento do motor e a nossa capacidade de “espelhamento” nos permitem compartilhar uma esfera comum de ação com os outros, dentro do qual cada ato motor ou cadeia de atos motores, sejam eles nossos ou dos demais, são imediatamente detectados e intencionalmente compreendidos antes e independentemente de qualquer mentalização.

Para apurar e comprovar o que fora percebido, a equipe dos neurocientistas utilizara, a Ressonância Magnética Funcional (RMF) para medir a atividade cerebral de voluntários enquanto eles assistiam a um vídeo que mostrava sequências de movimentos de boca, mãos e pés. Dependendo da parte do corpo que aparecia na tela, o córtex motor dos observadores se ativava com maior intensidade na região que correspondia à parte do corpo em questão, ainda que eles se mantivessem absolutamente imóveis, ou seja, o cérebro associa a visão de movimentos alheios ao planejamento de seus próprios movimentos.

Os Neurônios Espelho mudaram o modo como vemos o cérebro e a nós mesmos, e têm sido considerados uma das vertentes mais importantes sobre a evolução do cérebro humano. Se uma tarefa exige compreensão da ação observada, então as áreas motoras que codificam a ação são ativadas. Isso indica que há uma conexão simétrica no sistema nervoso entre percepção e ação, e que a percepção é uma simulação interna da ação.

Questão de empatia e o olhar da Constelação Sistêmica

Conhecer o funcionamento dos Neurônios Espelho nos traz luz não apenas aos processos de aprendizagem, mas também no desenvolvimento da inteligência e nos fenômenos misteriosos das percepções dos representantes, que sempre estão conectadas a “movimentos” de uma natureza corporal, sensorial, emocional ou intelectual. Esses movimentos são necessariamente provocados pela informação.

Essa informação pode apenas ter a sua fonte no campo morfo-sistêmico representado, que está em ressonância simultaneamente com o problema apresentado pelo Constelado e com o seu sistema familiar ou organizacional. Os Neurônios Espelho refletem ou “espelham” essa informação nos centros visuais do cérebro e a comunicam instantaneamente e imediatamente ao centro motor dos representantes.

Portanto, o processo da Constelação Sistêmica se torna a materialização, a manifestação da evolução passada e do estado atual do sistema do Constelado.

Esse mecanismo também confirma a tese das origens gestuais da linguagem; a palavra falada nasceu da linguagem dos gestos. Movimentos e gestos, reconhecidos como mensagens arcaicas, são entendidos pelo observador sem nenhuma necessidade de comunicação verbal através da ação dos Neurônios Espelho.

No contexto das Constelação Sistêmica, isso explica a importância e efetividade das colocações, recolocações e outros movimentos simbólicos condizentes com essa forma de comunicação que é imediatamente compreendida pelos Representantes, Participantes, Constelado e Constelador. Também nos permite explicar as transformações praticamente instantâneas dos estados emocionais dos representantes durante o processo da Constelação.

O conhecimento dos Neurônios Espelho também contribui na compreensão do relacionamento mãe-filho e que a qualidade desse relacionamento condiciona o desenvolvimento da criança. Não apenas a mãe é refletida na psique da criança, mas também o seu próprio relacionamento com seus pais, ancestrais, irmãos e, naturalmente, o pai da criança.

Durante o processo das Constelações Sistêmica Vivencial com pessoas, já presenciei outro aspecto fenomenológico: como Constelador, pergunto ao Constelado para escolher os representantes para os membros de seu sistema, e ele, inconscientemente, escolhe pessoas que têm o mesmo tipo de questão das pessoas que elas irão representar, apesar do fato de que o Constelado não conhece absolutamente nada a respeito das vidas dos representantes que escolheu. Talvez isso sirva como mais um exemplo dos mecanismos gestuais e emocionais dos neurônios espelho.

Enquanto o estudo do Neurônio Espelho nos dá pistas para entender muitos dos fenômenos que ocorrem durante uma Constelação Sistêmica, outros fenômenos nos trazem à luz, relações que incorpora também a Física Quântica e o Campo Informacional oriundo do Campo Morfogenético e é muito comum me perguntarem no final do processo: Como a informação é transmitida, por exemplo, da mãe para o filho ou do Constelado ou elementos sistêmicos para seu representante?

Particularidades dos Neurônios-Espelho

Alguns cientistas e pesquisadores ainda estudam sobre à verdadeira função desses neurônios. Podemos dizer que o observador estaria simulando mentalmente a ação ou estaria se preparando para agir? O pesquisador húngaro Gergely Csibra, do Departamento de Psicologia do Birkbeck College, no Reino Unido, sugere que o papel dos Neurônios Espelho talvez não seja exatamente o de espelhar ou simular a ação, mas de antecipar as possíveis respostas à uma ação. O que me leva a acreditar que o cérebro é um grande gerador de hipóteses que antecipa as consequências da ação e que permite a tomada de decisão.

Devido à essa capacidade, podemos imaginar aquilo que se passa na mente do outro, colocando-nos no lugar da outra pessoa, compreendendo suas ações. Por exemplo: se vemos uma pessoa chorar por algum motivo, os Neurônios Espelho nos permitem lembrar das situações em que choramos e simular a aflição dela. Sentimos empatia por ela, sentimos o que a pessoa está sentindo. A capacidade de simular a perspectiva do outro, é na base de nossa compreensão das emoções alheias e de nossos sentimentos empáticos.

Isso faz toda a diferença, porque é graças a essa capacidade que podemos estabelecer relações sociais. A predição das emoções do outro é fundamental para o comportamento social. A pessoa não cometerá um ato que é doloroso ou prejudicial ao demais. Isso se deve à empatia, que é a capacidade de interpretar as emoções alheias. O ser humano é dotado da capacidade de se colocar mentalmente no lugar de outra pessoa. Ela é a base do julgamento de intenções.

A empatia seria determinada biologicamente desde o nosso nascimento. É preciso existir uma maquinaria inata, que nos permite certas capacidades, porque nem tudo em nosso comportamento é aprendido. Um exemplo disso é que, desde bebês, somos capazes de imitar expressões faciais dos adultos, instintivamente reproduzimos expressões faciais. Isso acontece porque os Neurônios Espelho começam a funcionar logo na primeira infância.

A empatia envolve regiões do cérebro que existem há mais de 100 milhões de anos e funciona como a “cola” que mantém as sociedades conectadas, segundo o primatólogo holandês Frans de Wall, em seu livro “A Era da Empatia”.

Alguns cientistas partem do princípio de que os nossos cérebros são produto da seleção natural e que as pressões do ambiente social determinaram quais características deveriam ser mantidas para as gerações futuras e uma dessas marcas seriam os Neurônios Espelho. A maior parte dos gestos motores, como amarrar os sapatos, é aprendido por imitação, ou seja, velocidade, repetição, tentativa e erro.

“Os estudos desses neurônios nos oferecem uma grande contribuição na compreensão da emoção: hoje sabemos que temos um sistema que partilha percepção e ação. O espelhamento permite o compartilhamento de emoções, presente no estado de empatia.

Há quatro condições para que a empatia aflore:

1-) Alguém está num estado afetivo, como medo, raiva ou tristeza, por exemplo.
2-) Esse estado é isomórfico (forma igual ou parecida) ao estado afetivo da outra pessoa
3-) Esse estado é produzido pela observação ou imaginação do estado afetivo de outra pessoa
4-) A pessoa sabe que a outra pessoa é fonte do seu próprio estado afetivo.

Os achados de imagem cerebral permitem que sejam identificadas áreas de “espelhamento” do cérebro que são ativadas no estado de empatia, mas não se sabe exatamente como essas áreas cerebrais atuam neste estado empático. Pode ser que um dia possamos ter uma precisão à respeito deste aspecto.

Os neurologistas Paul McGeoch, David Brang e Vilayanur Ramachandran, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mostraram que é graças aos Neurônios Espelho que somos capazes de interpretar histórias e metáforas.

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