Os animais são considerados “bioindicadores” do sistema familiar. São como “esponjas” dentro de nossas casas absorvendo questões energéticas e emocionais dos membros familiares e doando também amor para a estabilidade sistêmica.

Há algum tempo, estou sendo indagado, em congressos, cursos, vivências e atendimentos para manifestar posicionamentos sobre a função sistêmica dos animais de estimação dentro de âmbito familiar.

Ressalto que este assunto está atrelado, especificamente, quando há uma forte conexão com seus tutores. Atenção ao termo: tutores, pois o ser humano, nunca foi e nunca será pai ou mãe de animais. Sugiro que seja obedecido as ordens e hierarquias, cada animal tem seu “pai e mãe” biológicos. Agora é chegado o momento que tenho segurança e convicção para compartilhar informações e experiências dentro de meus últimos estudos e pesquisas contemporâneas inseridas exclusivamente neste contexto.

Falando em hierarquia, preciso ressaltar algo relevante e pouco levado em consideração nesta conexão. Os animais precedem aos seres humanos, ou seja, na ordem eles chegaram antes. Pesquisas recentes apontam que a vida animal existiu na Terra há 890 (oitocentos e noventa) milhões de anos. Fósseis pertencentes a esponjas antigas e descobertos recentemente são os primeiros vestígios conhecidos de um corpo de animal. Os lobos cinzentos, precedentes dos cães e os felinos selvagens, precedentes dos gatos, são os primeiros animais há habitar este planeta.

A hipótese científica mais aceita atualmente para a origem da humanidade é de que a espécie humana moderna (chamada de Homo sapiens) surgiu na África, há cerca de 200 (duzentos) mil anos, depois de um processo evolutivo de milhões de anos.

Atente-se ao “hiato” existente entre 890 milhões de anos e 200 mil anos, pois é: no mínimo surpreendente. 

Há uma força inconsciente na Constelação Sistêmica e Expansão da Consciência que denominamos de “consciência coletiva” que atua de forma inconsciente nos membros de um sistema, no caso, exclusivamente familiar. Essa força zela pelo equilíbrio das Leis Sistêmicas. Basicamente, impactando em um membro descendentes para  reparar ou honrar as desordens construídas na cadeia superior, ou seja, pais, avós, bisavós, e assim por diante.

Onde os estimados animais estão inseridos?

Eles entram na função semelhante aos descendentes. Identificam-se com algo que aconteceu na história, para resolver e/ou proteger o ser humano tutor, em primeira estância e também outros que fazem parte a este sistema familiar. Ao invés de você ser impactado com as violações desordenadas, seu amado animalzinho o faz. Tudo de forma inconsciente.

Um bom exemplo é a quantidade de animais domésticos doentes. Uma doença que poderia ter acontecido contigo ou algum familiar, mas de alguma forma, seu animal de estimação, assume por você: “deixa que eu cuido disso”.  E a doença se manifesta como uma forma de compensar a desordem sistêmica. Talvez, caso você tenha um filho, poderia ser ele relatando internamente essa frase.

Ainda é pouco comum me procurarem para Constelar questões de animais de estimação, mas todos que atendi até agora, estão atrelados à doença ou morte e de um pet ocupando o lugar de um membro familiar. E existem muitas dinâmicas ocultas atrás de tudo isso.

Os animais de estimação estão à serviço de nosso sistema familiar, ou seja, eles querem ajudar a desconstruir a bagunça da casa. E quanto mais tratamos um animal como “gente” mais ele se identifica com uma pessoa. Isso é muito real. Pode ser uma criança, um bebê, ou outra pessoa do sistema. Isso significa que ele não está livre para ser quem ele é: um animal. Aliás, gostaria de ressaltar que se voltássemos uns 40 (quarenta) anos atrás, o ser humano, sem perceber, extraiu o animal de estimação de seu habitat natural, ou seja, o quintal da casa, onde eles cassavam, faziam buracos, dentre outras ações, migrando-os para dentro de sua casa e apartamento. Será que isto não tem nenhum tipo de impacto?

Perceba como você trata seu bichinho, o que ele desperta em você, e quais são as dinâmicas emocionais e comportamentais (além de físicas) que ele manifesta. Podem ser grandes informações pedindo por cura e integração e aí cabe a você, como um adulto, tomar a decisão interna de cuidar desses assuntos e deixar seu bichinho livre para que ele siga sua vida e você a sua, pois cada um tem funções distintas: ser humano é gente e o seu bichinho de estimação é, simplesmente, um animal.

As Conexões

É importante trazer à tona o encontro distinto entre duas forças energéticas, a humana e a animal. No momento em que você compartilha sua vida com ele, está se abrindo a tudo em sua mínima raiz. Os seus campos familiares se conectam e atuam de maneira conjunta, se refletindo no modo como agem interna e externamente com o mundo.

A título de exemplo, quando se adota um animal, suas experiências anteriores são trazidas ao campo familiar do tutor e o influenciam. O processo de abandono e adoção, entrega do amor, solidão, dependência. Tudo isto fica envolto nas conexões seladas pela união de dois campos mórficos distintos.

Por causa disso que ambos acabam se influenciando de forma tão profunda e complexa. Como deve saber, quando um dono fica doente, é comum que seu animal o acompanhe. O contrário também ocorre, já que animais doentes adoecem a força vital de seus donos, principalmente pela tristeza de ver o bichinho passando por um momento difícil.

As Constelações Sistêmicas atreladas à Expansão da Consciência traz a luz os caminhos que somos incapazes de enxergar sozinhos. Podem nos mostrar como melhorar individualmente e o que temos que fazer para que a dinâmica familiar, tais como, conflitos, transtornos emocionais ou psíquicos, relações afetivas, dentre muitas outras, sejam reparadas. Fazemos parte de uma rede de conexão sistêmica, então não há possibilidade de se alcançar a plenitude sozinhos. Somos todos interligados numa rede de conexão, e, se no âmago familiar existe um animal de estimação, ele também está implicado na história e em tudo aquilo que nos forma como indivíduos e como grupo. Na linguagem das Leis Sistêmicas dizemos: eles fazem parte, podendo nos ensinar muitas lições valiosas, além de dar suporte emocional, fazer companhia e nos dar um exemplo de lealdade.

É possível Constelar animais de estimação?

Sim, é perfeitamente possível e os resultados tendem a serem surpreendentes. Os pets são organismos vivos e plenamente conectados à família à qual pertencem. Geralmente eles se conectam de forma mais intensa com um dos membros, podendo, inclusive, pegar para si dores e doenças de seu tutor. É uma forma de demonstração não apenas de afeto, mas da profunda conexão que há entre eles.

Na dinâmica sistêmica representativa dentro do Campo Mórfico, é muito simples, pois o animal ocupa seu espaço como representante dele próprio, ou seja, um animal de estimação dentro de um sistema familiar, levando em consideração que ele não é um ser humano e simplesmente um animal que tem uma conexão de relação com seus tutores. O processo ocorre da mesma maneira já conhecida nas Vivências ou nos atendimentos individuais.

Posicionamento familiar e a função dos pets 

O comportamento e a saúde dos bichinhos podem nos sinalizar aspectos importantíssimos sobre a dinâmica familiar e até mesmo sobre a saúde dos membros da família. Mudanças bruscas nesses aspectos podem demonstrar algo mais profundo e mais sério, algo que precisa de uma atenção prudente.

Os pets são extremamente perceptivos. Eles sentem e, muitas vezes, replicam comportamentos típicos do grupo ao qual pertencem, funcionando como uma espécie de espelho no qual a família pode se ver representada. Os pets compreendem a família mais do que muitas pessoas querem acreditar. E eles querem ajudar, mesmo que tenham que se sacrificar para isso.

Num processo de Constelação Sistêmica, onde adentra algum animal no campo informacional, é bastante evidente que eles são “como” membros da família e são importantes como tais. Contudo, os animais abraçam uma responsabilidade que deveria ser de seus donos. Ou seja, eles se tornam portadores de tudo o que é de responsabilidade dos seus “pais humanos”. E ainda que sejam animais, são complexos o suficiente para sentirem esse peso sobre eles. Já que são conectados com os seus tutores, se mostram como substitutos dos filhos deles ou parceiros. Ainda que os donos se sintam aliviados com isso, o animal pode sofrer com doenças e outros males que surgem dessa conexão.

Benefícios da Constelação Sistêmica para o Animal e Tutor

Por fim, os benefícios da Constelação Sistêmica para animais são objetos buscados com certa esperança e curiosidade. Muitos tutores não sabem ao certo o que esperar ao fim da sessão quando pensam nos seus animais. Contudo, dentre tantas possibilidades, destaco as que mais são observáveis:

Trabalhar o comportamento do animal – Se o animal possui um comportamento desagradável em casa ou qualquer outro ambiente, isso pode ser refinado. A exemplo, animais que não se dão bem por qualquer motivo ou mesmo a relação com humanos, obterão uma postura mais equilibrada e harmônica na convivência em seu habitat e na relação com as pessoas, tutores e outros.

Sintomas e doenças recorrentes – Existem doenças que apresentam sintomas recorrentes, que sempre vão e voltam e prejudicam os animais. No processo da Constelação Sistêmica é possível obter as respostas para esse mal e libertar o animal desse ciclo repetitivo e vicioso. Embora a saúde esteja listada como um benefício à parte, ela também engloba outras perspectivas em relação à vida do animal.

“Cases” sobre Constelação Sistêmica e animal de estimação

Me vem na lembrança neste ato, que há pouco tempo, realizei uma Constelação Sistêmica Individual com uma senhora que tinha um cachorro que estava com uma grave doença estomacal. No desenvolvimento do trabalho o representante do cão se identificou com o representante do marido dela. Ela me olhou e disse: “meu marido está há meses reclamando de dores no estomago e não estou dando conta da situação”.

Lembro-me de uma outra mulher Constelada que não conseguia engravidar. Tinha feito todos os exames e tratamentos, inclusive fertilização in vitro, porém nada de ter seu bebê. Meses depois ela apareceu numa Vivência com pessoas e disse que tinha ganhado um gatinho. Depois de um tempo ela mencionava como sendo seu “filho”, e nas próprias redes sociais, postava a foto do “filho gato” comendo, brincando, dormindo com seus pais. Verdadeiramente o felino substituiu o filho, e era tratado como uma criança. Lembrando que quem brinca com os animais não é nosso ser adulto e sim nossa criança interior. Voltando ao relato, o gatinho não estava livre para ser apenas o amigo, ele estava à serviço desse casal, e talvez de outras dinâmicas ocultas desse sistema, ligado às crianças.

Num último relato, me recordo de uma Constelada que relatava que seu cão estava passando por um processo de vômitos contínuos. Nem os remédios clássicos ou alternativos conseguiram dar alívio ao animal. Dentro de uma Vivência de Constelação Sistêmica em grupo com pessoas o representante do animal apresenta que seu problema está fortemente ligado à mulher que cuida dele. Na representação, então, o representante do pai da mulher é colocado. Então, o representante do cachorro começa a empurrar a mulher para o pai. A mulher mostra muita raiva em relação a seu pai e tenta obstruir esse movimento em todos os sentidos. O representante do cão insiste e, finalmente, a mulher abandona a raiva e se aproxima de seu pai. Segundo os relatos, nos dias seguintes o cão já estava estabilizado e não apresentava quadros de vômitos. A mulher, um mês depois da Constelação, preparou espontaneamente um bolo para o aniversário de seu pai e restabeleceu o relacionamento que foi interrompido por muitos anos. O problema do vômito no cachorro mostrou-se regularmente nos domingos de manhã. Era o dia em que, quando a mulher era criança, o pai ficava em casa e o conflito era mais evidente.

Lembrando que os animais têm, instintivamente, forte conexão em relação à Lei do Tempo e do Espaço, muito mais exacerbado que o próprio ser humano.

Considerações finais sobre Constelação Sistêmica e animais de estimação

Ressalto que em países europeus já encontramos a Constelação na área veterinária. Confesso que no Brasil desconheço esta modalidade, mas isto não significa que não exista.

A Constelação Sistêmica e Expansão da Consciência, onde adentram animais como representantes, visa mostrar que eles estão de prontidão em prol do sistema familiar, ou seja, são agentes com a ação de “arrefecer os emaranhamentos” existente. Com isso, quanto mais ele é tratado como “gente”, mais ele se identificará com alguém.

Ressalto: atente-se como tem tratado o seu animal de estimação e como isso ressoa na vida de ambos.  As informações de integração e reparos serão extraídas das dinâmicas emocionais e comportamentais do seu pet. Já você, como humano adulto, precisa se decidir sobre alguns assuntos para que liberte seu pet de obrigações, deixando-o apenas com sua função de animal.

A Constelação Sistêmica para animais dará aos pets e tutores uma nova forma de ver a vida juntos, oferecendo a oportunidade de ver a doação de amor incondicional que o animal oferece ao ser humano. O animal ao longo de sua vida precisa de um ser humano a quem ele possa dedicar sua vida. Caso contrário, ele o dedicaria à natureza e as suas leis, ou seja, para desempenhar o papel de predador. Neste papel, o cão e o gato, o lobo ancestral e o gato selvagem, estão perfeitamente inseridos em um contexto de Unidade, Ordem e Harmonia. Na natureza, todo ecossistema em que os predadores vivem é uma Unidade, um sistema em equilíbrio dinâmico que está relacionado a outros sistemas.

O cão e o gato são predadores, mas abandonaram a sua vida na natureza e, portanto, devem, por sua natureza, de alguma forma, encontrar significado em suas vidas. Espontaneamente, portanto, tendem a assumir um papel semelhante, porém serão sempre predadores, mesmo dentro do novo “ecossistema humano” e somente no momento em que eles encontram uma pessoa a quem possam dedicar suas vidas, são capazes de recuperar esse papel primordial existencial podendo redescobrir o significado de sua essência.

Nas Constelações Sistêmicas, os animais são representados pelas pessoas que participam das Vivências em Grupo ou Individualmente.  Por exemplo, o cão e o gato, no seu caminho evolutivo, assim como os membros da família fazem parte deste sistema e seguem suas leis. No entanto, sendo também predadores, o que naturalmente traz uma contribuição para a harmonia, ordem e o equilíbrio dentro do sistema em que vivem, entrará neste novo sistema trazendo forças ativas (típico dos predadores) que ajudam a garantir que as leis internas do sistema familiar se manifestem.

Agende sua Constelação Sistêmica Familiar ou Empresarial