Não conseguimos alinhar ideias de finanças se não atrelarmos ao dinheiro e este por si só é um pedaço de papel. Todo o poder, valor e energia que emana dele é uma convenção da nossa sociedade para tornar as trocas entre os indivíduos mais igualitárias.
Antigamente, o escambo era a prática usual. Mas quantos pães valiam uma galinha? Ou a maçã valia mais ou menos que uma laranja? Dessa dúvida surgiu a necessidade de padronizar um meio sem oscilação de valor para realizar as trocas. Desse movimento, o dinheiro foi criado.
Ainda que fisicamente (papel e metais) sua representação seja bem simples, o dinheiro é uma manifestação de uma energia que está a serviço da vida, e não somente isso, mas é essencial a ela.
Bert Hellinger relata que o “dinheiro é algo espiritual! O dinheiro é vida. Sem dinheiro, ninguém pode sobreviver em nossa sociedade. O dinheiro nos permite continuar vivos”
Numa troca, estipulamos um valor e a outra pessoa concorda ou não com o que estipulamos. Podemos negociar ou encerrar uma negociação com base nos argumentos apresentados entre os lados.
Aqui, somos apresentados à Lei que exerce maior influência sobre o fluxo de dinheiro: O EQUILÍBRIO. O dinheiro, para permanecer com quem o recebe, exige que a troca seja justa, para ambos. Quando há um desequilíbrio, acontece uma disfunção na gestão do valor. Os rendimentos param, os negócios travam e às vezes não sabemos o real motivo. Mas uma boa dica é olhar para o equilíbrio entre o dar e o receber em todos os âmbitos do negócio.
Quem recebe o dinheiro também deve merecer, oferecer na sua troca algo compatível com o que está cobrando pelo serviço. Compatível aqui quer dizer, nem exigir a mais do seu valor e nem a menos. Cobrar o que é justo.
Uma pessoa que cobra menos do que o justo pelo seu trabalho, em algum tempo se tornará um prestador de serviço que parará de servir seu cliente. Como vemos na situação em desequilíbrio, um dos dois lados se sente pressionado e sai da relação comercial.
A real percepção deste contexto
É evidente a influência do sistema na nossa forma de lidar com o dinheiro, a prosperidade, o sucesso, e como por vezes nossos comportamentos seguem um emaranhamento neste mesmo assunto.
No livro “Leis Sistêmicas da Assessoria Empresarial” ressalto a seguinte metáfora:
“O dinheiro possui uma dimensão espiritual. Ele reage como se tivesse uma alma e um faro fino para a justiça e a injustiça. Quer ficar com aqueles que o ganharam honestamente, com o suor do seu trabalho. Quer voltar para aqueles que trabalharam duro para obtê-los ou para aqueles que o receberam de outros com a condição de administrá-lo e multiplicá-lo honestamente, a serviço da vida. O dinheiro que outros ganharam para nós quer ficar conosco quando os recompensamos corretamente. Acima de tudo, uma vez que pertence à vida, o dinheiro quer ser gasto e transmitido a serviço da vida. O dinheiro se alegra quando é gasto. Ele retorna ainda mais rico para nós”.
É apenas uma metáfora, na verdade o dinheiro e seus movimentos são apenas uma manifestação do que está em nosso centro, que ele chama de alma. O dinheiro deseja servir nosso interesse pela vida. Por isso, se coloca à disposição naquilo que contribui para o avanço dela.
Como está sua relação com o dinheiro?
A relação com o dinheiro é algo desafiador a todos nós. Geralmente nos queixamos da sua falta. A falta de dinheiro é um limitador. Há um movimento oculto agindo neste posicionamento. Porque é tão desafiador termos dinheiro para servir aos nossos planos?
Em uma constelação onde o dinheiro foi colocado no Campo Morfogenético, foi possível perceber que o dinheiro tem uma força direcionada à vida, a Evolução e Prosperidade. Seu trabalho é de sustentar nosso caminhar na vida, e ele nos servirá com alegria, harmonia e motivação.
Por isso, ter dinheiro é uma responsabilidade. A partir do momento que você o possui, cabe a você movimentar sua vida, tomar a responsabilidade do seu caminhar na sua mão. É preciso assumir as suas decisões. Por mais que seja desconfortável, muitas vezes a falta de dinheiro pode estar prestando um serviço àquele que não o tem. Quando não se tem dinheiro é mais fácil terceirizar a responsabilidade por não fazer algo. A frase sai quase automática: – Queria muito fazer, mas não tenho dinheiro…
O caminho opcional é desafiador: Eu tenho dinheiro, mas tenho medo de tomar tal decisão. O que devo fazer?
Para estas perguntas, somente num nível de maturidade pode se ter a resposta, pois caminhar na vida está atrelado a abraçar alguns riscos.
Se não somos capazes de decidir, ficamos como a criança, na zona de dependência, esperando que alguém a cuide ou tome as decisões por ela (talvez, sim, dentro de nós exista ainda uma criança que em algum momento se sentiu abandonada e que ainda aguarda por seus pais). Faz sentido para ti perceber que a criança aguarda que os pais ou alguém venham atender sua necessidade, neste contexto específico? E assim permanece inocente e dependente, culpando a tudo e a todos por sua infelicidade. Nesse lugar, é impossível estabilizar e equilibrar. Neste aspecto, é fundamental perceber que aquilo que não recebemos quando criança, podemos agora como adultos, conquistar e criar para nós mesmos: seja uma relação de afeto, seja o resgate de nosso vínculo com nossos pais para além de nossas reivindicações, seja a conquista de algo material de que precisamos.
Também há o movimento de aceitarmos a riqueza quando outros no nosso sistema não tiveram a mesma sorte. Neste caso, aquele que se sobressai sente peso e culpa pela sua situação. Como superar isso? Hellinger ressalta:
Somente com a má consciência, com a coragem de ter uma má consciência. Conseguimos isso quando obtemos, em outro lugar, a força e a segurança para nos tornamos ricos e continuarmos sendo ricos. Isto é, se entrarmos em sintonia com um movimento do espírito que permanece igualmente voltado a tudo tal como é, um movimento além da diferenciação entre o bom e o mau, porque tudo tem igualmente sua origem em seu pensamento e por isso só pode ser tal como é.
Podemos perceber o quanto o dinheiro nos serve e está à nossa disposição. Ele nos pede coragem para poder andar ao nosso lado. Ao mesmo tempo, se ainda não estamos prontos para assumir nossa vida, ele aguarda até sermos responsáveis para lidar com as decisões e a maturidade que ele nos exige.
O Olhar Sistêmico para o Dinheiro
Olhamos para o dinheiro e o julgamos como fonte de nossos problemas? De fato é uma situação complexa, pois muitas vezes ficamos engessados nesta na confusão. Ao mesmo tempo, percebemos e é inegável o papel do dinheiro na manutenção da vida. Ele proporciona crescimento, possibilidades, segurança e liberdade. Ele nos sustenta.
Então, como podemos olhar para o dinheiro e ver sua real energia?
“O dinheiro tem alma. O dinheiro é algo espiritual. O dinheiro é resultado do amor. O dinheiro é adquirido através de um desempenho. É o equilíbrio de um bom desempenho. Se alguém ganhar dinheiro por seu desempenho, o dinheiro o ama, permanece com ele, pois foi adquirido através do seu desempenho e licitude.
O dinheiro espera ser gasto. Ser gasto em algo bom, que leve a vida adiante. Então se ganha mais dele e cada vez mais. Através de seu desempenho, o dinheiro entra no circuito de serviço, trabalho e ganho, tudo ao mesmo tempo”.
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Existem “leis”, chamadas Ordens, que regem a estrutura familiar, como uma energia invisível que tem como função manter o equilíbrio do sistema e quando desrespeitadas, dentro de uma família, surgirão emaranhamentos, graves conflitos e desordens, em várias gerações depois.
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