A Constelação Sistêmica desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger com contribuições relevantes de Rupert Sheldrake (cientista e biólogo inglês – Prêmio Nobel – estudioso da Teoria dos Campos Morfogenéticos), Jackob Schneider (filósofo americano – pesquisador da Percepção Representativa) e Ivan Nagy (psiquiatra húngaro-americano, desenvolveu a abordagem da Memória Coletiva e dos Vínculos Invisíveis) é um conhecimento que aborda a complexidade das relações humanas e suas influências em nossas vidas. Porém este olhar vai para além daquela influência que imaginamos vir da convivência diária.
Hellinger, observou que a ligação que temos com nosso sistema familiar ultrapassa os vínculos diretos (pais e filhos). Este vínculo se estende para outras pessoas de nossa linhagem familiar, inclusive para aquelas que não tivemos convivência ou podemos nem mesmo ter ouvido falar (como um parente distante ou um tataravô, por exemplo). O psicoterapeuta alemão também observou de forma empiríca como os relacionamentos são submetidos a regras que, quando negligenciadas, trazem dificuldades aos integrantes do sistema.
Sheldrake, autor de mais de oitenta artigos científicos e dez livros inseriu a tese mais revolucionária da biologia contemporânea: a da Ressonância Mórfica, onde as mentes de todos os indivíduos de uma espécie, incluindo o SER HUMANO, se encontram unidas e formam parte de um mesmo campo mental, denominado Campo Morfogenético. Estes campos contêm informações armazenadas de toda a história e da evolução passada de um sistema (memória inconsciente coletiva).
Schneider, pesquisou e identificou que sofremos uma influência “invisível” que surge a partir dos nossos vínculos familiares e anteriores, em especial num intervalo de quatro gerações (pais dos bisavós, bisavós, avós, pais). Essa influência existe em virtude do nosso vínculo ao nosso Sistema.
Nagy, desenvolveu a abordagem contextual da psicoterapia familiar e individual, envolvendo as dimensões individuais, interpessoal, existencial e sistêmica.
Este artigo traz 5 conhecimentos que são observados pela Constelação Sistêmica e que devem, através de uma reflexão e conscientização plena, transformar sua vida se compreendido corretamente e colocados em ação. São conhecimentos que hoje possuem forte aplicação em nossas vidas e tem auxiliado pessoas em todo o mundo a encontrar novas possibilidades de solução em suas dificuldades em diversos contextos.
1 – A Influência Invisível do Sistema
Conseguimos entender que recebemos influências parentais na nossa criação familiar. Através dela adquirimos a cultura, as regras e as ideias estabelecidas na nossa família de origem. Isto é claro e bem documentado.
O que a Constelação Sistêmica apresenta claramente que há uma postura interna e inconsciente conduzida pela lealdade ao nosso sistema, que nos deixa disponíveis para receber influências mais profundas, presentes no inconsciente familiar.
Assim, experiências difíceis, ocorridas dentro de nossa linhagem (através dos nossos antepassados, e em especial em um intervalo de até 4 gerações) podem ser trazidas à tona novamente, através da repetição.
Repetir significa gerar uma situação em nossa vida atual que reflita os resultados de um acontecimento com algum de nossos antepassados.
Assim, pode-se “experienciar” o fracasso profissional caso a pessoa, na sua vida atual, esteja identificada com um avô, por exemplo, que perdeu tudo o que tinha por uma dificuldade no seu campo de trabalho.
Este é só um exemplo de uma dinâmica que é observada nos Workshops ou Grupo Vivenciais de Constelação Sistêmica. Essa identificação é silenciosa, e geralmente, inconsciente, contribuindo na conscientização do problema ou limitação e seu direcionamento para uma solução sustentável.
2 – As Leis Naturais do Relacionamento Humano
Ao perceber essa influência invisível nos relacionamentos humanos percebemos que há regras que atuam onde há relacionamentos e trocas humanas.
A física e a química possuem leis para nosso espaço, a natureza e seus elementos. Também os relacionamentos humanos encontram parâmetros exigidos para seu bom funcionamento.
Então, onde houver um relacionamento humano, a lei da ordem, a lei do pertencimento e a lei do equilíbrio devem ser respeitadas. E se engana quem pensa que sua influência está somente nos relacionamentos familiares: onde houver pessoas se relacionando, estas leis atuam e influenciam.
A Lei da Ordem:
A lei da ordem trata do lugar devido de cada pessoa em um determinado sistema. Aqui estamos olhando para as relações familiares ou até mesmo organizacional. Assim, um pai vem antes de um filho, assim como o avô vem antes do neto. Um presidente de uma empresa vem antes de um gerente departamental, etc. Quando, por algum motivo, essa ordem é quebrada, o sistema e o relacionamento em questão tencionam e colapsam. Esta tensão é sentida como peso e dificuldade na vida dos envolvidos.
Um exemplo de como esta lei é quebrada é quando, por exemplo, um filho se ocupa dos problemas de responsabilidade dos pais. É como se ele saísse de seu lugar de pertencimento, e ocupasse através de sua preocupação, o lugar dos pais. Esse movimento é extremamente pesado para o filho e retira a força de solução de seus pais.
Esta lei se aplica, como já dissemos a todos os relacionamentos e sistemas humanos, ou seja, também em empresas, grupos e organizações.
A Lei do Pertencimento:
O pertencimento trata do direito de todos aqueles que nascem ou chegam em um determinado sistema de fazer parte dele. Assim, uma pessoa nascida em um âmbito familiar tem sua história ligada a este sistema, e nada pode desfazer este vínculo. Porém, essa lei é facilmente desrespeitada.
Um exemplo é quando algo que é considerado vergonhoso é feito por um dos integrantes do sistema familiar. O resultado muitas vezes encontrado é a exclusão deste integrante, como se ele perdesse o direito de fazer parte deste grupo por causa de seu comportamento.
Mesmo que haja um consenso familiar sobre essa exclusão, a consciência familiar não permite que ela seja estabelecida. Novamente, um “tensionamento” surge em todos os integrantes. Isto é experimentado como dificuldades até que o pertencimento do excluído seja estabelecido, o que, muitas vezes acontece depois que um outro membro, talvez em gerações posteriores, comece a “repetir” o padrão daquele que foi anterior excluído.
Já quando olhamos para empresas e organizações, esta lei que também atua, se mostra de forma diversa: o pertencimento é concedido por um período de tempo (enquanto existe um contrato, ou um vínculo de trabalho por exemplo) e pode ser finalizado, porém, sempre de forma responsável e com equilíbrio, pois, caso isso não seja respeitado, um membro que vem depois poderá novamente representar aquele que foi desligado de forma “leviana” ou “desequilibrada”.
A Lei do Equilíbrio:
O equilíbrio é a lei que trata das trocas nas relações humanas. Isso significa que é necessário que dentro de uma relação ambos os lados tenham a disponibilidade de dar e receber. Isto estabelece um fluxo que permite o crescimento do relacionamento. Também está atrelado a Lei Natural da Relevância, ou seja quando um elemento de um sistema não é mais relevante a outro dentro deste sistema, naturalmente este será convidado para se retirar, ou este se retirará por sua simples e natural iniciativa.
As disfunções dessa lei existem em situações onde é negado a um dos lados de compensar o movimento de troca no seu relacionamento. Num relacionamento afetivo, por exemplo, isso ocorre quando uma das partes é muito “bondosa”, fazendo muitas coisas sem pedir nada em troca e fazendo com que o outro se sinta diminuído quando não consegue compensar de alguma forma e em alguma medida aquilo que ganha.
O peso do lado que recebe muito, sem a possibilidade de devolver de alguma forma, geralmente afasta a pessoa do relacionamento. Isto leva o relacionamento ao seu fim. Este movimento é sentindo novamente como um “tensionamento” e dificuldades entre os integrantes deste sistema de troca.
Num caso assim, o movimento para que o relacionamento possa continuar seria que aquele que está dando demais fosse capaz de, por amor, dar menos e aguardar que a outra parte possa compensar. Da mesma forma, aquele que esteve ganhando muito, poderia encontrar formas de compensação daquilo que ganha, assim poderia restabelecer o equilíbrio na relação.
A compensação se dá de diversas e incontáveis formas em uma relação: através de tempo, atenção, de algo que sirva à vida do outro, de cuidados e tantas outras formas que vão para muito além das coisas materiais.
Incrivelmente, bem ao contrário do que muitas vezes fazemos, concorda?
O Campo Informacional
A Constelação Sistêmica observou que há um campo de informação que agrupa todo o conhecimento de experiências já vivenciados por uma linhagem. Esse campo de informações incide e influencia todos os integrantes do sistema.
Ocorre que alguns integrantes, geralmente os mais novos, “pescam” desse campo algumas dores de seus antepassados, e se põe inconscientemente a tentar resolvê-las atraindo situações semelhantes desses acontecimentos para sua vida atual. Como explicamos anteriormente, esse movimento acontece pela lealdade invisível e é um movimento bem comum.
Observamos que, muitas vezes, as próprias escolhas de profissões ou de parceiros está conectada com esta tentativa de estabilizar algo para nosso sistema, como se tentássemos solucionar algo que ficou “em aberto” para as gerações anteriores.
Na grande maioria das vezes, nossa experiência é para o que foi difícil, e esta é a situação que repetimos. Isto faz parecer que este campo de informação é algo maléfico para nossa vida. Mas muito pelo contrário. Uma grande parte de nosso conhecimento, aptidões e intuições vem também desse campo. Ele concentra muitas gerações de conhecimento adquirido.
Mesmo naquilo que experimentamos como difícil, muitas vezes é o que nos coloca no caminho do aprendizado e crescimento. Os resultados dessas experiências trazem novos conhecimentos para este campo e para o sistema específico.
Fluxo da Vida
Este é um conhecimento simples, mas que atualmente anda esquecido. Parece que a cada geração, nos tornamos mais individuais, com uma consciência cada vez mais centrada no egocentrismo.
A Constelação Sistêmica reconhece o indivíduo e sua responsabilidade em sua vida. Porém, há consideração muito significativa: fazemos parte de um fluxo que vem de muito longe, e que deseja seguir adiante. Este é o fluxo da vida.
Nós e nossa vida somos uma parte desse fluxo. Da mesma forma como somos influenciados por nossos pais, avós, bisavós (e antepassados em geral), também seremos, no futuro, a influência na vida de muitos outros que virão depois de nós.
Mesmo se não tivermos filhos, fazemos parte de um sistema familiar que muito provavelmente continuará através de novos integrantes. E nós seremos parte de uma influência que existirá sobre eles.
Nesse fluxo, e conhecendo sobre relacionamentos e o campo familiar, temos também uma responsabilidade com o nosso sistema. Pois nosso movimento hoje exercerá influências sobre gerações que sequer ainda nasceram
A Vivência: Criando Músculos Neurais através do Processo de Constelação
O trabalho atualizado nos conhecimentos da Constelação Sistêmica Familiar e Organizacional consiste numa forma de atendimento terapêutico capaz de verificar a origem de uma limitação ou problema que assola um elemento de um sistema (pessoa). Ao olhar para o que foi difícil no sistema, é possível perceber uma solução.
Ao conhecer o que nos faz agir e atuar na vida de forma às vezes incompreensível até para nós mesmos, podemos começar um movimento de mudança e de busca por nossa própria identidade. E este é um dos movimentos mais importantes trazidos pela Constelação Sistêmica: nos permitir perceber o que atua para além do aparente, ver o pano de fundo de nossas dificuldades e emaranhamentos que nos bloqueiam, habituo treinar com meu Grupo: Ver o Invisível e Ouvir o Inaudível. Estas ações estão atreladas ao que denomino de Percepção Inteligente, a característica mais relevante e o grande diferencial do ser humano do presente-futuro.
Resultados Evidenciados no Campo da Expansão da Consciência, baseado em pesquisas que realizo semanalmente com pessoas que frequentam assiduamente em nossos Grupos, apresentam: Decisões mais rápidas e com menos riscos, Qualidade de Vida e Saúde, Harmonia Dinâmica nos Relacionamentos, Diálogos Internos menos desconfortáveis, Percepções mais precisas, Equilíbrio e Competência Emocional, dentre outros.
Realizamos frequentemente Workshop ou Grupos Teóricos e Vivenciais de Constelação Sistêmica Familiar e Organizacional, uma ou duas vezes mensalmente. É uma experiência que contribui fortemente para todos aqueles que participam do grupo. É um trabalho breve, mas capaz de trazer informações essenciais para um novo movimento em relação às dificuldades pessoais.
Em uma vivência ou Workshop, pessoas olham para sua questão através da dinâmica observada. Com auxílio de representantes (podendo estes ser pessoas ou mesmo materiais como bonecos e âncoras), a dinâmica oculta na dificuldade se mostra de maneira clara. Esse movimento de trazer para o consciente o que se desenvolve no inconsciente permite que se caminhe para uma solução possível, além da desvinculação do processo de repetição.
Hoje, a vivência da Constelação Sistêmica tem encontrado diversas aplicações. Tanto terapêutica quanto em áreas distintas como Direito, Pedagogia e Saúde. O conhecimento tem se mostrado valioso e capaz de auxiliar na resolução de bloqueios profundos que tem sua origem no sistema familiar ou de relacionamentos humanos.
Venha presenciar este trabalho que pode ser um divisor de águas em nossa Vida Pessoal e Profissional.
Instituto INSSAEI – Rua Pascoal Celestino Soares, 415 – Vila Industrial – Campinas-SP
Momento histórico em que a Constelação Sistêmica é reconhecida pelo Ministério da Saúde como Práticas integrativas e Complementar da saúde Pública! Ministro da Saúde assina o reconhecimento em 12 de março de 2018
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